A Liberdade está a ser atacada
Cuidado com os falsos profetas, vestidos como ovelhas, mas que na verdade são lobos
4 anos depois de ter sido eleito líder do Partido Trabalhista, em Inglaterra, Keir Starmer foi nomeado, a 5 de Julho de 2024, Primeiro Ministro de Inglaterra, após as eleições no dia anterior.
O resultado eleitoral foi bizarro. Os trabalhistas conseguiram 411 dos 643 lugares na Casa dos Comuns (corresponde a 64% dos lugares), com apenas 34% dos votos. Uma bizarria do regulamento eleitoral inglês, que fez com que, efectivamente, o Governo seja liderado por uma minoria.
Se considerarmos uma abstenção de quase 40%, temos que 20% dos eleitores ingleses decidiram como irá ser gerido o país nos próximos 4 anos. Tecnicamente, a Inglaterra não está a ser gerida por uma democracia, mas por uma pequena tirania de um pequeno grupo (9 milhões de votos - 14% - deram o poder ditatorial quase absoluto sobre 69 milhões de pessoas).
Sejamos claros, o Governo que foi eleito não tem, nem de perto de nem de longe, a legitimidade eleitoral que lhe poderia ser transmitida pela maioria da população. Pelo contrário, é um voto ganho através da secretaria, e das aberrações matemáticas que definem o sistema de voto em Inglaterra.
Obviamente, no seu discurso de vitória Starmer afirmou “quer tenham votado Labour ou não, na verdade especialmente se não votaram, afirmo-vos directamente: O meu governo irá servir-vos”. Ao bom estilo do Ministério da Verdade de George Orwell, onde guerra é paz, liberdade é escravatura, também a tirania é “serviço”.
De facto, não demorou muito a demonstrar os seus tiques tirânicos e totalitários. A semana passada vários manifestações que em Novalíngua deveriam ser classificados de “maioritariamente pacíficas” irromperam por toda a Inglaterra, alegadamente no seguimento do assassinato de 3 crianças.
Incapazes de dominar todos os manifestantes (até porque alguns aparentemente seriam de etnias protegidas), as forças de segurança pagas com os impostos dos cidadãos britânicos (que na sua esmagadora maioria não elegeu Starmer) decidiram recorrer ao medo e à tirania, colocando mensagens nas redes sociais ameaçando de prisão todos aqueles que coloquem “conteúdo violento ou de ódio”.
A conta oficial do Governo do Reino Unido, num tweet que irá ficar para a História (até que a própria História seja apagada ou reescrita), reenviou o tweet acima, avisando apenas aqueles a quem afirmou servir “Pensem antes de tweetar”.
Uma das principais regras do Direito Romano é nullum crimen sine lege, um crime não existe se não existir previamente uma lei para o punir. Mas o que dizer de um crime sem vítima? Deve uma lei ser criada para punir crimes que não vitimizam ninguém? Quem são as vítimas de uma mensagem numa rede social? Quem decide qual foi o alcance das palavras ditas online? Como é estabelecido o nexo de causalidade para um post numa rede social e uma manifestação em Middlesbrough?
O que temos aqui não é o Governo a “servir” a população. O que temos aqui é uma falha de comunicação deliberada, em que o Governo não pretende encontrar soluções, pretende apenas limitar as Liberdades de cada um.
Não só a Liberdade de manifestação (pacífica, obviamente), mas também, e principalmente, e de uma forma muito mais nefasta, a Liberdade de Expressão, através do medo e da pressão do uso da força.
Recordemos que durante os anos negros do Covid, a Liberdade de Expressão já tinha sido brutalmente ameaçada e coarctada. As opiniões e as ações do Governo eram soberanas e impassíveis de recurso ou de opinião. Nessa altura, alegaram que a “ciência” estava do lado deles. E funcionou, milhões de pessoas defendiam a “ciência”, mesmo quando ela estava demonstradamente errada e não tinha quaisquer bases sólidas.
Hoje, apenas a vontade de “garantir a paz e a estabilidade” servem de razão para aterrorizar os ingleses por dizerem o que lhes apetece. A dissonância cognitiva irá continuar. A subjugação irá continuar. A humilhação e demonstração de poder irá continuar. Sempre “para vosso bem”.
Lentamente, um bocadinho de cada vez, vão-se retirando as as liberdades. Até que um dia voltamos a ser servos do Estado, apenas autorizados a produzir e eventualmente a procriar, e com direito apenas ao que nos quiserem dar. Já aceitamos que o Estado decida quanto quer retirar dos nossos ordenados, já deixaram que o Estado vos injecte com o que eles pretenderem, já deixamos que nos permita não falar e dizer o que queremos.
O que falta, para deixarmos de ter a nossa soberania individual?
Falta apenas que lutemos contra a tirania. O objectivo é claro, mas não podemos aceitar o abuso do poder do Estado sobre nós.
Precisamos de Liberdade, e precisamos de lutar por ela.
É para isso que aqui estamos.
Excelente