Comentário a "UM PROGRAMA POLÍTICO LIBERTÁRIO"
Concordo com todos os 12 pontos, excepto num.
Há uma lei geral que se aplica a todas as organizações:
Por mais éticos e bondosos que sejam os seus princípios, uma vez criadas passam a privilegiar a sua auto-preservação, em detrimento dos seus princípios e valores fundacionais.
Isto acontece também com as organizações a que chamamos “estados” e a autopreservação é a dos integrantes da oligarquia gestora da sua organização.
Evitar esse nefasto fim, contornar as causas que induzem esse efeito, é uma das prioridades do Libertarianismo que bem compreende que o Estado deve ser reduzido ao mínimo.
Antes publiquei “Uma hipótese de Estado sem Impostos e com Contribuições Voluntárias” exactamente porque essa redução tem, não apenas de ser eficaz na criação do Estado, mas também na sua manutenção e vigência.
Se nós, Libertários, assumimos um compromisso com a classe coordenadora da nossa co-propriedade (os funcionários públicos) então temos de os manter sob estreitos caminhos e opções quanto aos recursos disponíveis.
Aceitar dar 50% do rendimento de todos os indivíduos de uma nação, é claramente aceitar ter um estado gordo, que se focará na autopreservação dos seus funcionários, e não na função coordenação da co-propriedade.
Notem que actualmente estamos nos 60 a 70% do rendimento efectivo entregue ao Estado.
Como Libertário, estou disposto a doar, repito: “doar”, não mais que 10% do meu rendimento. E apenas voluntariamente. Qualquer imposto é um Roubo.
Com receitas para financiamento do Orçamento de Estado nos 10% do rendimento individual, o Estado já terá mais que suficiente para exercer a função.
Edição pós-publicação
Redação proposta para o ponto 11:
Não deverá existir qualquer cobrança coerciva em nome de “receita fiscal”. O Estado deve gerir tão eficazmente que o total da sua receita, resultante de contribuições voluntárias, não deverá ultrapassar os 10% do rendimento médio individual efectivo dos nacionais e residentes.
Uma Carta de Direitos não pode ser um programa de governo e a proposta de contribuições voluntárias com um limite de 10% é um programa de governo libertário que só faz sentido se fossemos maioritários. Um limite extorsionário de 50% (directos + indirectos) é um patamar com um potencial de aceitação razoável, considerando IRS + IVA + IMI + IUC + taxas e taxinhas. Não é o desejável ou ideal, é um tecto para que as pessoas possam viver sem uma pistola apontada à cabeça.